Introdução

No dia 31 de março de 2014 completou-se 50 anos do Golpe Militar de 64. Mais do que um capítulo nos livros de história, a data traz o peso de milhares de famílias e trabalhadores vítimas de repressão, tortura e mortes nas mãos de militares e a luta de brasileiros pela democracia e pela liberdade.

A sociedade brasileira tem se levantado para repudiar os 50 anos do Golpe, deixar claro que não há mais espaços para retrocessos e afi rmar a luta por justiça, reparação e resgate da história de luta dos trabalhadores e trabalhadoras.

Trabalhadores, trabalhadoras e o movimento sindical foram os principais alvos da ditadura. Centenas de entidades sindicais sofreram intervenções, com sindicalistas combativos, de diretorias democraticamente eleitas, presos, torturados e até mesmo assassinados. Ataques aos direitos sindicais e trabalhistas foram aprovados pelos militares e empresários comprometidos com o golpe, como a lei anti-greve, a lei de arrocho salarial e o fi m da estabilidade no emprego.

Olhar para esses 50 anos que se passaram e refletir sobre o que queremos da sociedade no presente e no futuro só nos faz ter a certeza que não podemos jamais esquecer o 1º de abril de 1964. A ditadura levou várias gerações a serem privados das presenças de suas fi lhas e fi lhos, de uma juventude que foi penalizada com o afastamento dos seus entes queridos, com a impossibilidade de concluir seus estudos e seus sonhos, inclusive muitos com a perda de suas vidas!

Em memória de todos aqueles que tombaram, a FETAMCE dedica seu VIII Congresso à liberdade de opinião e de organização. Reafi rmamos nosso compromisso e nosso empenho para que, depois de 50 anos, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) possa investigar os crimes da ditadura militar, particularmente no âmbito do Grupo de Trabalho (GT) Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical, e assim restabelecer a verdade.

A esperança continua sendo a centelha que sinaliza o percurso a trilhar para assegurar paz, liberdade, trabalho digno, democracia e cidadania. Jamais nossa voz fi cará calada diante da injustiça, da perseguição e da ausência de cidadania. A FETAMCE e nossos sindicatos fi liados permanecerão fi rmes, erguendo a bandeira da democracia.

“Amanhã vai ser outro dia!” Este continua sendo o canto que ecoa em todos os municípios do Brasil e do Ceará. Os trabalhadores e trabalhadoras fazem e escrevem as páginas de um novo tempo. A construção do próprio destino é tomada pelas mãos de homens e mulheres que alimentam sonhos e transformam as lutas em possibilidades de uma vida melhor e digna.

Ditadura Nunca Mais! Viva a Democracia! Viva a Liberdade!

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